sexta-feira, julho 17

A Policia Federal bate a minha porta

Ontem voltava eu da casa de um amigo, estava indo discutir um trabalho que era para ser entregue no dia seguinte, inclusive o entreguei hoje.

A POLICIA FEDERAL estava me esperando na porta da minha casa. Me pararam e estavam com uma foto minha e perguntando por mim, depois de uma batida que fizeram à procura de traficantes de drogas na casa de estudante.

Obviamente não me levaram. Sou um cara educado, estava limpo e não tenho nenhum envolvimento com esse tipo de coisa. Na verdade nem entendi na hora, tive que ser levado até meu quarto e esperar o delegado para confirmar as informações pós-denuncia para me dar conta do que estava acontecendo. Todos estavam tão surpresos quanto eu e não há evidencia, nem mesmo motivo para suspeita contra mim. Aparentemente em relação a casa de estudante ocorreu coisa parecida: não acharam mais que poucas gramas, nem juntando tudo era possível indiciar alguém por tráfico.

Eu fui liberado na hora, o que confirma uma denúncia falsa de algum filho da puta filhinho de papai, e fui convidado a prestar uma declaração na sede da Delegacia da Polícia Federal perdendo uma prova na faculdade.

Fui lá, fiz minha declaração e foi tranquilo. Tudo MUITO tranquilo. Fora meu desejo explícito de retaliação.

Tráfico de drogas é uma acusação séria, pelo pouco que eu sei de leis, e mesmo que eu não conclua o semestre vou tomar minhas medidas.

Essa é a Política da UFPel: mandar a polícia fazer papel de boba na frente da comunidade e expor a casa de estudante como um antro de drogados. Enquanto fica de braços cruzados, sem prestar real auxílio aos moradores da CEU ou mesmo resolver seus problemas internos. Estão de Parabens, hein!

Alguns resultados dessa ação tão inteligente:
1. Ninguém foi preso. Os que foram levados por porte foram soltos algumas horas após e espero que não sejam mais incomodados. A informação era falsa assim como a acusação foi.

2. A Policia Federal se decepcionou com a ação. As suspeitas eram de tráfico e só uns usuários foram pegos.

Ouvi essa frase na Polícia Federal :
"cara, isso vai fazer cair minha reputação. Já apreendi 2 toneladas e o que aprendemos aqui mal da de pesar na balança!"

3. Demonstrou a inversão de valores da UFpel, o que o Reitor quer mesmo é obra, comprar um feudo para ele governar talvez.

4. Perdi minha prova; Fui exposto pela mídia; Fui visado como criminoso; Fui vitima de preconceito por ser cabeludo, barbudo, vestir preto, ouvir metal e morar em uma república de estudantes. quem me acusou certamente não fazia idéia de quem eu sou. E me vejo na obrigação de processar, em retaliação, a esses VILÕES FDP.

5 comentários:

Diorgi Giacomolli disse...

é... como eu sempre digo: viva o brasil! que rima com puta que pariu!
mundo debiloide esse... estudar pra que? se somos sempre fracos! um bando de engravatados, com poder, cuspindo em nossas mentes!

Artur disse...

Bem Schuch, lamento que tu tenhas passado por este constrangimento. Entendo tua revolta e concordo contigo em todas as tuas afirmativas. Procura maneiras de retaliar, pois como dissestes a acusação é gravíssima! Espero que te ressarçam de alguma forma, pois o constrangimento que este preconceito contra ti causou foi grande, fora o prejuizo academico(os quais espero que teus professores sejam compreensivos com a situação). Constrangimento mútuo diga-se de passagem! pois a PF foi averiguar uma denuncia que no final das contas acaba por desmoralizar eles. Então caro Schuch: Danos morais e danos contra a honra nos responsáveis.

um abraço!

Artur

"Detento" disse...

Dia 16 de Julho, Diário de um Detento
Sei que ninguém vai ligar muito, mas aqui vai um depoimento de quem foi encaminhado para identificação e esclarecimentos na Delegacia da Polícia Federal em Pelotas.
Estava em meu quarto, lendo um email sobre o ato de protesto em frente a casa da governadora Yeda Crusius-Credo, era pós 18h. e eu estava tranqüilo com amigos e outros moradores do quarto. Entrou porta à dentro um rapaz, com touca e jaqueta preta, eu pensei que era algum conhecido ou amigo de alguém, não dei atenção e continuei no PC. Notei logo após alguma movimentação na porta do quarto que avia alguma coisa errada, que não eram amigos. Logo em seguida houve a entrada dos agentes federais dizendo que era uma operação de busca e apreensão de drogas. Foram categóricos: Queremos droga. Respondi algumas vezes (3x) que eu não possuía (afinal, se eu falasse a verdade, eles não acreditariam que eu tinha somente 01 grama de cannabis). Começaram a fuçar e olhar no armário logo na entrada e foram depois para a geladeira. Enquanto isso, um agente me passava a cópia do mandato de busca e apreensão. O que mais me surpreendeu foi que ele constava, além do meu nome, o nome de um colega de quarto que apesar de ter uma aparência não-convencional, andar de preto, e ser cabeludo e barbudo, nunca fumou cannabis. Era perseguição ideológica mesmo; preconceito puro e burro.
Senti que era inevitável a localização da substancia ilegal, pois estava de fácil acesso. Vesti-me melhor, coloquei o tênis, coloquei dois reais no bolso para a volta, peguei meu cigarro e uma garrafa de água e avisei um colega-irmão do meu quarto, que eu iria mostrar a substancia, pois como sou o único consumidor desta, não queria comprometer os demais.
Pedi para falar com o coordenador na operação, me foi negado, e o primeiro agente que entrou no quarto me disse para falar com ele. Disse-lhe que, do quarto, eu era o único que consumia substancia ilícita e que havia uma pequena porção no meu guarda-roupa, assim sendo, ele me pediu para que a pegasse. Depois das papeladas preenchidas, peguei meu blusão e me conduziram para fora da C.E.U., sem muita chantagem psicológica e sem algemas.
Esperei por uns 40min., os agentes estavam “de cara” com o delegado, pois não liberavam eles para ir a delegacia da PF me levar. Com essa demora veio a mídia fazer a cobertura. Os agentes estavam preocupados em serem filmados e com a imagem dos suspeitos também. Apesar de que o Dr. Cássio Berg, ao que aparenta, fez de um tudo para que a imprensa filmasse o máximo que pudessem da operação “Casa di Irene”. (Afinal, quem diabo é essa Irene? Mulher do Juiz expedidor do mandato? De algum delegado ou agente do caso?)
Na delegacia, muita demora na identificação e depoimentos exaustivos. Eu fui ouvido por dois delegados, inclusive pelo Dr. Berg. Assinei o Termo Circunstanciado, pedindo cópia, ao qual não fui atendido, me dando somente a cópia do depoimento. Algumas horas depois estávamos todos na rua. Quatro estudantes nos esperavam, com dois carros, nos deram carona e voltamos para casa. Tentando voltar à nossa vida, à normalidade. Que foi abalada novamente nesta madrugada por causa de um furto.
“Mas quem vai acreditar no meu depoimento?
Dia 3 de outubro, diário de um detento."
Música: Diário de um detento - Mano Brow – Racionais Mc’s

Disneylandias.BlogSpot.Com disse...

Enquanto até o babaca (babaca, ainda que culto) do FHC já entendeu que a política de "War on Drugs" exportada a força pelos EUA para a nossa pobrecita America Latina nas décadas passadas é mais um dos fracassos colossais da metrópole, a P.F. segue fazendo papel de palhaça em operações que serviriam melhor a uma patuscada filmada de baixa categoria que ao currículo de um delegado.

Se alento há, é que na contramão está o caminho, aos trancos, e barrancos, mas sempre em frente!

Abraço apertado, primo, e não te micha perante os ignorantes ;)

Márcia disse...

Processo por danos morais. E só. Contra a PF, contra a UFPEL que solicitou a visita. Nada mais a dizer.

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